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sábado, 25 de setembro de 2010

Criação Literária com Cristóvão Tezza

Concurso, cursinho 2, novos concursos, faculdade, prova...
Com pouco mais de uma semana de atraso, vou postar hoje sobre a palestra do Cristóvão Tezza aqui no SESC de Maringá. Dia 15 de setembro, como uma das atividades da Semana Literária do SESC, o autor paranaense-catarinense veio falar de criação literária.
Não pude avisar antes que ele viria porque eu mesma fiquei sabendo em cima da hora lendo o jornal. Foi uma correria, queria procurar meu gravador de Londrina, conseguir fita (é gente, quem fez jornalismo na UEL sabe que nossas fitinhas cassete não saíram de moda - apesar de acabar para sempre nas Americanas, na Sonkey...).
Foco: ainda tenho que pegar ônibus para ir para Apucarana, pinga pinga...nossa
Fui a primeira a chegar no SESC, apavorada com medo de estar cheio...esqueço que o pessoal não curte tanto assim literatura. Com o tempo foi chegando mais pessoas, a maioria de universitários de letras da uem e mesmo de jornalismo da faculdades Maringá.
O Tezza foi super simpático com todos, tirou fotos, autografou livros - eu eu sem nenhum, =( - recebeu tranquilo material de uns meninos maringaenses que escrevem também...
Sobre a criação literária mesmo, ele contou que antes de escrever um livro, precisa ter uma imagem inicial, o tempo cronológico e a estrutura narrativa que vai utilizar. Como ele gosta muito de fotografar, é muito ligado a imagem, por isto precisa visualizar uma cena antes de começar.
Por exemplo, para escrever Trapo, ele tinha em mente a imagem que formou de uma cena de outro livro e a utilizou no início do segundo capítulo. Outra curiosidade legal sobre Trapo é que ele começou a escrever os poemas de autoria do personagem principal como uma brincadeira de faculdade. Alguém falou que era legal e ele guardou, mas resolveu dar a autoria só para o Trapo mesmo, tanto que ele chegou a escrever para um site que tinha publicado a poesia como de autoria dele para dizer que na verdade era de autoria do personagem.
Quanto a poesia e romance, o Tezza falou uma coisa que iluminou o assunto para mim. Por exemplo, para eu pegar um livro de poesia é dificílimo (para não dizer impossível). Raramente consigo entender e aproveitar como aproveito os romances e contos. Foi aí que a definição dele veio como uma resposta a esta minha dificuldade. O Tezza começou a escrever poesia antes de ir para o romance, então, digamos, ele tem conhecimento no assunto, além de ter sido professor universitário:
"O romance, você consegue ler mesmo que não concorde com o narrador, mesmo que não tenha nada em comum" - e, neste caso ele citou Crime e Castigo e Lolita, como clássicos cujos narradores são criminosos e chegam a geram apatia do leitor, apesar de não concordar com eles. Já na "poesia, você só consegue ler até o fim se você concorda 100 por cento com o narrador", disse.

Este mês Cristóvão Tezza lança outro livro (e ele deu umas dicas para quem foi - mas só repasso quando ler!)

O autor esteve em Londrina também, vi ontem que a TV UEL fez uma reportagem...vou pôr o link aqui!

Foto 1 - Poliana L (sem comentários, minha máquina já está ficando problemática)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

De Clarice a eleições

Comecei a ler "Clarice," de Benjamin Moser no meio do ano, após pegar emprestado com minha amiga. Ela já tinha atiçado minha curiosidade antes, elogiando o livro que eu estava de olho desde o lançamento.
Li Clarice Lispector apenas na época de colégio, mas o assunto sempre me parecia tão distante... Quando vi esta biografia (no mínimo linda - adoro admirar livros) percebi que ela seria o caminho para Clarice.
Uni duas paixões...uma biografia e a literatura... pois para mim elas se misturam e diferenciam-se na mesma proporção, mas "Clarice," é toda literatura e sua biografia não poderia ser diferente.
No início estranhei um autor estrangeiro escrevendo sobre a brasileira estrangeira Clarice Lispector. Nos primeiros comentários em que ele situa o Brasil politico e economicamente fiquei com o pé atrás...Aquela coisa, já receio estes comentários, vindo se um norte-americano, ou estadinudense para quem preferir, estava armadíssima. E estou me surpreendendo...e feliz por estar me surpreendendo.
Nesta tarde li a descrição de Benjamin Moser do contexto que levou ao momento mais obscuro da história moderna brasileira - A Ditadura Militar - e fiquei impressionada com a clareza da explicação. Queria que todos os brasileiros tivessem este entendimento...
Aqui vou abrir um parênteses, estamos em ano de eleição e ontem vi uma reportagem que me deixou chocada. Sabe aquela coisa, você sabe que acontece mas se surpreende ao ver? Então... Ontem no CQC (e olha que o pessoal que me conhece sabe que eu passei a faculdade inteira reclamando do programa, é bom ser surpreendida assim) fizeram uma reportagem com um ator se passando por político e fazendo promessas ilegais e dando "agradinhos" aos eleitores. Um cara ainda teve a cara de pau de falar pro ator - detalhe: o partido também era fictício - que tinha votado no candidato na eleição anterior!

Voltando...ainda não terminei de ler "Clarice,", mas assim que ler deixo um comentário aqui.

Por enquanto vou deixar o link para o site da Rocco, editora dos livros da Clarice Lispector. e da Cosac Naify, editora da biografia.

Clarice,

Autor: Benjamin Moser

Tradução: Jose Geraldo Couto

Preço: R$ 82,00*

Fotografias: Claudia Andujar

Quarta capa: Yudith Rosenbaum

* consegui comprar por pouco mais da metade do preço o livro novo, na embalagem, pela Estante Virtual. Pena que acabou - acreditem, já procurei novamente.