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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Organização das Nações Unidas (ONU)

Chegar de um intercâmbio e embarcar direto em uma cidade e um trabalho novos é uma experiência muito diferente. Bom, também foi o meu primeiro intercâmbio, então não sei como seria se tivesse voltado para Maringá e trabalhar no jornal como estava acostumada. Mas como uma pessoa que está entrando na quarta semana de treinamento, cheia de ansiedade em relação ao futuro e com uma casa para arrumar posso dizer que a cada dia que passo aqui em Curitiba parece que as minhas lembranças de Nova Iorque ficam cada vez mais nebulosas. Tem hora que vejo o Chrysler Building ou mesmo o Empire State na televisão e penso: "Não é possível que estava lá estes dias atrás e os via todo o dia!" E aí me lembro que tenho que escrever sobre outras coisas que vivi naqueles dois meses antes que só me restem as fotografias e as memórias daqueles dias se esvaneçam.
Um dos lugares que deixei para visitar lá no meu segundo mês, apesar de ver com frequência, foi a Organização das Nações Unidas (ONU). O engraçado é que simplesmente me dava um branco toda vez que ia me referir à ONU porque só vinha na minha cabeça o nome e a sigla em português, mas como todos os que conheci estudavam comigo e a escola era duas quadras da sede estávamos sempre falando na organização. Era fácil explicar e alguém entender do que eu falava. Até porque no nosso prédio havia umas missões de alguns países pequenos - os maiores tinham prédios inteiros na região para abrigar as missões diplomáticas - e chegamos até a presenciar um micro protesto (só descobrimos que era um protesto pois a professora nos avisou).

Galeria de quadros daqueles que ocuparam o posto de Secretário-Geral
E estudando próximo a sede da ONU tive a oportunidade de quase ser atropelada por veículos diplomáticos ao cruzar a terceira avenida e conhecer pessoas que trabalhavam ou trabalharam ali diretamente ou indiretamente. O nosso professor de atividades externas (um aluno sul-coreano que depois de nove meses na escola foi contratado para um estágio) é voluntário na loja da Unicef e perguntou se não queria me candidatar. Claro que deu muita vontade, mas estava para ir embora e também não sei se o meu inglês seria o suficiente. Outros professores também sonhavam em trabalhar para a ONU. A minha estava fazendo aulas de francês (uma das seis línguas oficiais) para realizar este sonho.
Entrada no prédio da Assembleia Geral
"A Sala"
Como uma jornalista que acreditava que ia mudar o mundo tenho que admitir que trabalhar na ONU é um sonho compartilhado por mim também. E depois que visitei o território internacional o coração realmente bateu muito forte naquela vontade louca de fazer parte daquele mundo não importando como simplesmente por idealismo (e desconsiderando as inúmeras vezes em que o organismo se calou diante de decisões de países como os próprios EUA). 
O aparelho de tradução simultânea, é só tirar da base e encaixar na orelha para
ouvir a tradução em uma das seis línguas. O país que quiser, pode levar tradutor
de outra língua, claro, pagando por conta própria
Os países estão organizados por ordem alfabética nas mesas, e a cada ano há
um rodízio entre eles. São três lugares na mesa e outros três para conselheiros
nas cadeiras atrás dos representantes oficiais


Apesar das reformas no complexo de prédios - que na sua concepção contou com a colaboração do brasileiríssimo Oscar Niemeyer - que impediam o acesso aos jardins, por exemplo, como não estava tão próximo da 67 Assembleia Geral que começa amanhã (25 de setembro de 2012) consegui visitar o auditório em que ela acontece e até o provisório do Conselho de Segurança (de acordo com a guia, este fica fechado maior parte do ano para o público) com a famosa mesa em forma de ferradura.
Para entrar, como era de se esperar, há restrições. Não podemos levar água (?) ou comida, guardamos as bolsas num guarda-volumes, passamos por detector de metais e, por favor, não percam o seu tour. Eu comprei um tour, o número 11, em inglês, e o atendente me falou que ele começaria em 10 minutos. Fui passear no saguão quando, uns cinco minutos depois, escutei chamarem pelo tour 12. Falei com o coordenador e ele quase me matou porque eu "não escutei" ele chamar. Ele me deixou ir no 13, mas teve que ir uma mulher com cara de má vontade me autorizar e conseguir um fone a mais para escutar a guia. Pelo menos a guia foi excelente!
Não podia passar sem!!!
Numa exposição sobre os trabalhos da ONU, neste caso contra
as bombas nucleares, uma estátua religiosa encontrada após os ataques ao Japão
com a frente completamente intacta e as costas neste estado


Detalhes da obra...
Um clássico das tropas
Os corredores tem outras exposições como as de material escolar da Unicef 

Sala provisória do Conselho de Segurança

Estátua do artista sueco Carl Fredrik Reuterswärd e bandeiras dos países membro
que circundam o UN Headquarters. 
Da parte externa tenho fotos do segundo fim de semana em Nova Iorque quando passeei ali em frente na primeira avenida e depois de barco pelo East River.
Seguindo pela 43rd Street em direção à First Avenue você encontra o lindo conjunto
de prédios em estilo antigo - a Tudor City - e ao centro o prédio de escritórios da ONU 



O prédio à esquerda é o da Assembleia Geral
Vista do East River
Com o Chrysler do lado esquerdo...

*Um arrependimento? Não ter ido com tempo suficiente (e não ter endereços na mão) para enviar postais de lá. Como se trata de um território internacional, a sede da ONU tem correio próprio. Para uma nova viciada em postais, só para o namorado foram 16 em 60 dias, ia fazer a festa e quebrar o cofrinho!