Chegar de um
intercâmbio e embarcar direto em uma
cidade e um
trabalho novos é uma experiência muito diferente. Bom, também foi o meu primeiro intercâmbio, então não sei como seria se tivesse voltado para
Maringá e trabalhar no jornal como estava acostumada. Mas como uma pessoa que está entrando na quarta semana de treinamento, cheia de ansiedade em relação ao futuro e com uma casa para arrumar posso dizer que a cada dia que passo aqui em
Curitiba parece que as minhas lembranças de
Nova Iorque ficam cada vez mais nebulosas. Tem hora que vejo o
Chrysler Building ou mesmo o
Empire State na televisão e penso: "Não é possível que estava lá estes dias atrás e os via todo o dia!" E aí me lembro que tenho que
escrever sobre outras coisas que vivi naqueles dois meses antes que só me restem as fotografias e as memórias daqueles dias se esvaneçam.
Um dos lugares que deixei para visitar lá no meu segundo mês, apesar de ver com frequência, foi a
Organização das Nações Unidas (ONU). O engraçado é que simplesmente me dava um branco toda vez que ia me referir à ONU porque só vinha na minha cabeça o nome e a sigla em português, mas como todos os que conheci estudavam comigo e a escola era duas quadras da sede estávamos sempre falando na organização. Era fácil explicar e alguém entender do que eu falava. Até porque no nosso prédio havia umas
missões de alguns países pequenos - os maiores tinham prédios inteiros na região para abrigar as
missões diplomáticas - e chegamos até a presenciar um micro protesto (só descobrimos que era um protesto pois a professora nos avisou).
|
Galeria de quadros daqueles que ocuparam o posto de Secretário-Geral |
E estudando próximo a sede da ONU tive a oportunidade de quase ser atropelada por veículos diplomáticos ao cruzar a terceira avenida e conhecer pessoas que trabalhavam ou trabalharam ali diretamente ou indiretamente. O nosso professor de atividades externas (um aluno sul-coreano que depois de nove meses na escola foi contratado para um estágio) é voluntário na loja da Unicef e perguntou se não queria me candidatar. Claro que deu muita vontade, mas estava para ir embora e também não sei se o meu inglês seria o suficiente. Outros professores também sonhavam em trabalhar para a ONU. A minha estava fazendo aulas de francês (uma das seis línguas oficiais) para realizar este sonho.
|
Entrada no prédio da Assembleia Geral |
|
"A Sala" |
Como uma jornalista que acreditava que ia mudar o mundo tenho que admitir que trabalhar na ONU é um sonho compartilhado por mim também. E depois que visitei o território internacional o coração realmente bateu muito forte naquela vontade louca de fazer parte daquele mundo não importando como simplesmente por idealismo (e desconsiderando as inúmeras vezes em que o organismo se calou diante de decisões de países como os próprios EUA).
|
O aparelho de tradução simultânea, é só tirar da base e encaixar na orelha para
ouvir a tradução em uma das seis línguas. O país que quiser, pode levar tradutor
de outra língua, claro, pagando por conta própria |
|
Os países estão organizados por ordem alfabética nas mesas, e a cada ano há
um rodízio entre eles. São três lugares na mesa e outros três para conselheiros
nas cadeiras atrás dos representantes oficiais |
Apesar das reformas no complexo de prédios - que na sua concepção contou com a colaboração do brasileiríssimo Oscar Niemeyer - que impediam o acesso aos jardins, por exemplo, como não estava tão próximo da 67 Assembleia Geral que começa amanhã (25 de setembro de 2012) consegui visitar o auditório em que ela acontece e até o provisório do Conselho de Segurança (de acordo com a guia, este fica fechado maior parte do ano para o público) com a famosa mesa em forma de ferradura.
Para entrar, como era de se esperar, há restrições. Não podemos levar água (?) ou comida, guardamos as bolsas num guarda-volumes, passamos por detector de metais e, por favor, não percam o seu tour. Eu comprei um tour, o número 11, em inglês, e o atendente me falou que ele começaria em 10 minutos. Fui passear no saguão quando, uns cinco minutos depois, escutei chamarem pelo tour 12. Falei com o coordenador e ele quase me matou porque eu "não escutei" ele chamar. Ele me deixou ir no 13, mas teve que ir uma mulher com cara de má vontade me autorizar e conseguir um fone a mais para escutar a guia. Pelo menos a guia foi excelente!
|
Não podia passar sem!!! |
|
Numa exposição sobre os trabalhos da ONU, neste caso contra
as bombas nucleares, uma estátua religiosa encontrada após os ataques ao Japão
com a frente completamente intacta e as costas neste estado |
|
Detalhes da obra... |
|
Um clássico das tropas |
|
Os corredores tem outras exposições como as de material escolar da Unicef |
|
Sala provisória do Conselho de Segurança |
|
Estátua do artista sueco Carl Fredrik Reuterswärd e bandeiras dos países membro
que circundam o UN Headquarters. |
Da parte externa tenho fotos do segundo fim de semana em Nova Iorque quando passeei ali em frente na primeira avenida e depois de barco pelo East River.
|
Seguindo pela 43rd Street em direção à First Avenue você encontra o lindo conjunto
de prédios em estilo antigo - a Tudor City - e ao centro o prédio de escritórios da ONU |
|
O prédio à esquerda é o da Assembleia Geral |
|
Vista do East River |
|
Com o Chrysler do lado esquerdo...
*Um arrependimento? Não ter ido com tempo suficiente (e não ter endereços na mão) para enviar postais de lá. Como se trata de um território internacional, a sede da ONU tem correio próprio. Para uma nova viciada em postais, só para o namorado foram 16 em 60 dias, ia fazer a festa e quebrar o cofrinho!
|