Inclusive a idéia do blog veio assim, assim como milhares de idéias que eu levaria duas vidas para pôr em prática e mais umas quatro para tocar em frente.
Da mesma maneira lembrei de umas coisas da infância. Quando aprendi a ler. Não são as primeiras lembranças que eu tenho, mas são tão gostosas. Depois que aprendi a entender as palavras, quando estes deseinhos deixaram de ser um emaranhado avulso e ganharam um sentido. Não necessariamente um significado, mas um sentido.
Mas se hoje eu gosto tanto de ler, naquela época aprender a ler virou um transtorno. Estava no carro com a família, passava por um letreiro e lia, via um papel e lia, tudo parecia tão complicado, eu nunca mais ia poder olhar nada que estivesse escrito como olhava antes, a partir daquele momento tinha que ler tudo.
E perguntava para minha mãe, por que consigo ler mesmo sem querer? Parecia mágica, me incomodava. Não posso olhar e escolher se quero ler? Agora VOU ler, não tenho mais opção?
Lembro até que comecei a ter dores de cabeça, mas isto já devia ser sinal que eu teria de usar óculos, como comecei a usar ainda na primeira série, mas para mim a dor vinha desta mania louca de ler tudo o que estivesse na minha frente, sem precisar, sem querer.
_ Mrs. Dalloway ainda está exigindo muito de mim. Estou dividindo meu tempo com ela e com meus estudos (nada animados) para concursos.
Para adiantar, esta semana minha amiga estava aqui, ela faz letras na UEM e estava contando dos livros que pretendo ler. Aí começamos a falar de Virgínia Woolf, bom, com toda a propriedade de que está apenas no primeiro livro me veio uma descrição que achei apropriada até o momento:
Parece um filme. Quando a câmera focaliza alguém, começa a ouvir seus pensamentos, de repente outra pessoa passa perto e a câmera vai para esta pessoa, ouvir os pensamentos dela. E assim acontece a história.
Quero acabar para poder escrever mais que uma frase sobre o livro.
Amanhã vou tentar postar minha lista provisória de clássicos.
Já é noite?