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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Jabuti 2011 para um maringaense


Mais uma vez atrasada, mas não poderia deixar de postar a lista dos premiados com o Jabuti 2011. Ainda mais com o prêmio de maior destaque - o de melhor romance, pelo menos para mim o mais importante até agora - indo para o autor maringaense Oscar Nakasato, por Nihonjin. Aqui tem uma matéria escrita pelo colega e também escritor Wilame Prado (de O Diário do Norte do Paraná) quando o autor foi escolhido um dos finalistas e um link para o blog do meu pai que leu o livro. Quem sabe agora com mais este reconhecimento nacional pelo livro não agilizo na minha lista "para ler" para na minha humildade também prestigiar Nakasato.  
Confira a lista completa dos vencedores, por categoria (fonte: uol.com.br)

Categoria: Capa
1º Lugar:
 "A anatomia de John Gray" - Capista: Leonardo Iaccarino - Editora Record
2º Lugar: "Ratos" - Capista: Marcelo Martinez (Laboratório Secreto) - Editora Intrínseca
3º Lugar: "Dresden" - Capista: Elmo Rosa - Editora Record
Categoria: Ilustração
1º Lugar: 
"Bananas podres" - Ilustrador: Ferreira Gullar - Editora Casa da Palavra
2º Lugar: "Água Sim" - Ilustrador: Andrés Sandoval - Companhia das Letrinhas
3º Lugar: "O ovo ou a galinha?" - Ilustrador: Gustavo Rosa - Editora Rideel
Categoria: Ilustração de Livro Infantil e Juvenil
1º Lugar: "Mil e uma estrelas" - Ilustrador: Marilda Castanha - Editora SM
2º Lugar: "A visita" - Ilustrador: Lúcia Hiratsuka - Editora DCL
3º Lugar: "Carmela vai à escola" - Ilustrador: Elisabeth Teixeira - Editora Record
Categoria: Arquitetura e Urbanismo
1º Lugar: "A arquitetura de Croce, Aflalo e Gasperini", de Fernando Serapião - Editora Paralexe
2º Lugar: "Warchavchik fraturas da vanguarda", de José Lira - Cosac & Naify
3º Lugar: "Galo cantou: a conquista da propriedade pelos moradores do Cantagalo", de Paulo Rabello de Castro - Editora Record
Categoria: Artes
1º Lugar: "Samico", de Weydson Barros Leal - Editora Bem-te-vi
2º Lugar: "Brecheret e a Escola de Paris", de Daisy Peccinini - FM Editorial
3º Lugar: "F.O. Fayga Ostrower Ilustradora", de Eucanaã Ferraz - Instituto Moreira Salles
Categoria: Biografia
1º Lugar: "Fernando Pessoa: uma quase autobiografia", de José Paulo Cavalcanti Filho - Editora Record
2º Lugar: "Cláudio Manoel da Costa", de Laura de Mello e Souza - Companhia das Letras
3º Lugar: "Antonio Vieira", de Ronaldo Vainfas - Companhia das Letras
Categoria: Ciências Exatas
1º Lugar: "Eletrodinâmica de Ampere", de André Koch Torres Assis e João Paulo Martins De Castro Chaib - Editora UNICAMP
2º Lugar: "Química medicinal: métodos e fundamentos em planejamento de fármacos", de Carlos A. Montanare (Org.) - Edusp
3º Lugar: "Substâncias orgânicas: estrutura e propriedades", de Nídia Franca Roque - Edusp
Categoria: Ciências Humanas
1º Lugar: "A política da escravidão no Império do Brasil: 1826 – 1865", de Tâmis Parron - Editora Civilização Brasileira
2º Lugar: "Ritmo espontâneo: organicismo em raízes do Brasil de Sérgio Buarque de Hollanda", de João Kennedy Eugênio - Editora da Universidade Federal do Piauí
3º Lugar: "Oniska: poética do xamanismo", de Pedro de Niemeyer Cesarino - Editora Perspectiva
Categoria: Ciências Naturais
1º Lugar:
 "Fundamentos da Paleoparasitologia", de Luiz Fernando Ferreira Karl Jan Reinhard e Adauto Araújo (Orgs.) - Editora Fiocruz
2º Lugar: "Energia Eólica – Série Sustentabilidade", de Eliane A. Faria Amaral Fadigas - Editora Manole
3º Lugar: "Gestão de Saneamento Básico – Abastecimento de água e esgotamento sanitário – Coleção Ambiental", de Arlindo Philippi Jr. e Alceu de Castro Galvão - Editora Manole
Categoria: Ciências da Saúde
1º Lugar:
 "Clínica psiquiátrica – a visão do Depto. e do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP", de  Eurípedes Constantino Miguel, Valentin Gentil e Wagner Farid Gattaz - Editora Manole
2º Lugar: "Coluna vertebral – série Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem", de João Luiz Fernandes e Francisco Maciel Júnior - Editora Elsevier
3º Lugar: "Tratado de gastroenterologia, de Federação Brasileira de Gastroenterologia" – Editores: Schlioma Zaterka e Jaime Natam Eisig - Editora Atheneu
Categoria: Comunicação
1º Lugar:
 "O Império dos livros: instituições e práticas de leitura na São Paulo oitocentista", de Marisa Nidori Deaecto - Edusp
2º Lugar: "Repressão e resistência: censura a livros na Ditadura Militar", de Sandra Reimão - Edusp
3º Lugar: "Linha do tempo do design gráfico no Brasil", de Chico Homem de Melo e Elaine Ramos Coimbra - Cosac & Naify
Categoria: Contos e Crônicas
1º Lugar:
 "O Destino das metáforas", de Sidney Rocha - Editora Iluminuras
2º Lugar: "O anão e a ninfeta", de  Dalton Trevisan - Editora Record
3º Lugar: "O livro de Praga", de Sérgio Sant’Anna - Companhia das Letras
Categoria: Didático e Paradidático
1º Lugar:
 "Mundo Leitor – linhas da vida: caderno do orientador, de Áureo Gomes Monteiro Júnior, Celia Cunico, Marcia Porto e Rogério Coelho - Ahom Educação
2º Lugar: "Bullying e cyberbullying – o que fazemos com o que fazem conosco?, de Maria Tereza Maldonado - Editora Moderna
3º Lugar: "Atlas Histórico – Geral & Brasil, de Claudio Vicentino - Editora Ática
Categoria: Direito
1º Lugar:
 "Direitos da criança e do adolescente em face da TV", de Antonio Jorge Pereira Júnior - Editora Saraiva
2º Lugar: "O Estado e o direito depois da crise – Série Direito em Debate – DDJ", de José Eduardo Faria - Editora Saraiva
3º Lugar: "Direito Internacional Penal – Imunidades e Anistias", de Cláudia Perrone-Moisés - Editora Manole
Categoria: Economia, Administração e Negócios
1º Lugar:
 "Aprendizagem organizacional no Brasil", de Claudia Simone Antonello e Arilda Schmidt Godoy, Editora Artmed
2º Lugar: "A gestão da Amazônia: ações empresariais", políticas públicas, estudos e propostas, de Jacques Marcovitch - Edusp
3º Lugar: "Empresas proativas: como antecipar mudanças no mercado", de Leonardo Araújo e Rogério Gava - Editora Elsevier
Categoria: Educação
1º Lugar:
 "Alfabetização no Brasil: uma história de sua história", de Maria do Rosário Lombo Mortatti (org.) - Editora Cultura Acadêmica – Oficina Universitária
2º Lugar: "Avaliação da aprendizagem – componente do ato pedagógico", de Cipriano Carlos Luckesi - Cortez Editora
3º Lugar: "Educação infantil: Enfoques em diálogo", de Eloisa A. C. Rocha e Sonia Kramer (orgs.) - Editora Papirus
Categoria: Fotografia
1º Lugar:
 "Os Chicos - Fotografia", de Leo Drumond - Nitro Editorial
2º Lugar: "A Riqueza de Um Vale", de Ricardo Martins - Editora Kongo / FM Editorial
3º Lugar: "Amazônia", de Araquém Alcântara e Alex Atala - Editora Terra Brasil
Categoria: Gastronomia
1º Lugar:
 "Ambiências: histórias e receitas do Brasil", de Mara Salles - Editora DBA
2º Lugar: "Histórias, lendas e curiosidades da gastronomia", de Roberta Malta Saldanha - Editora Senac Rio
3º Lugar: "Dicionário do vinho", de Maurício Tagliari e Rogério de Campos - Companhia Editorial Nacional
Categoria: Infantil
1º Lugar:
 "Benjamin: Poemas com desenhos e músicas", de Biágio D’Ángelo - Editora Melhoramentos
2º Lugar: "O herói imóvel", de Rosa Amanda Strausz - Editora Rovelle
3º Lugar: "Votupira o vento doido da esquina", de Fabrício Carpinejar - Editora SM
Categoria: Juvenil
1º Lugar:
 "A mocinha do Mercado Central", de Stella Maris Rezende - Editora Globo
2º Lugar: "A guardiã dos segredos de família", de Stella Maris Rezende - Editora SM
3º Lugar: "As memórias de Eugênia", de Marcos Bagno - Editora Positivo
Categoria: Poesia
1º Lugar:
 "Alumbramentos", de Maria Lúcia Dal Farra - Editora Iluminuras
2º Lugar: "Vesuvio", de Zulmira Ribeiro Tavares - Companhia das Letras
3º Lugar: "Roça Barroca", de Josely Vianna Baptista - Cosac & Naify
Categoria: Psicologia e Psicanálise
1º Lugar:
 "Estrutura e constituição da psicanálise: uma arqueologia das práticas de cura, psicoterapia e tratamento", de Christian Ingo Lenz Dunker - Annablume Editora
2º Lugar: "O novo inconsciente: como a terapia cognitiva e as neurociências revolucionaram o modelo do processamento mental", de Marcos Montarroyos Callegaro - Editora Artmed
3º Lugar: "Psicologia social: principais temas vertentes", de Cláudio Vaz Torres e Elaine Rabelo Neiva - Editora Artmed
Categoria: Reportagem
1º Lugar:
 "Saga brasileira: a longa luta de um povo por sua moeda", de Miriam Leitão - Editora Record
2º Lugar: "O cofre do Dr. Rui", de Tom Cardoso - Editora Civilização Brasileira
3º Lugar: "O espetáculo mais triste da Terra", de Mauro Ventura - Companhia das Letras
Categoria: Romance
1º Lugar:
 "Nihonjin", de Oscar Nakasato - Editora Saraiva
2º Lugar: "Naqueles morros, depois da chuva", de Edival Lourenço - Editora Hedra
3º Lugar: "O estranho no corredor", de Chico Lopes - Editora 34
Categoria: Tecnologia e Informática
1º Lugar:
 "Inteligência Artificial: Uma abordagem de aprendizado de máquina", de Kati Faceli, Ana Carolina, João Gama, Andre Carlos Ponce - Grupo Gen
2º Lugar: "Tecnologia do Pescado – Ciência, Tecnologia, Inovação e Legislação", de Alex Augusto Gonçalves - Editora Athene
3º Lugar: "Sistemas colaborativos", de Mariano Pimentel e Hugo Fuks (Orgs.) - Editora Elsevier
Categoria: Teoria / Crítica Literária
1º Lugar:
 "A Espanha de João Cabral e Murilo Mendes", de Ricardo Souza de Carvalho - Editora 34
2º Lugar: "Da estepe à caatinga: o romance russo no Brasil (1887-1936)", de Bruno Barretto Gomide - Edusp
3º Lugar: "Crítica Textualis in Caelum Revocata? Uma proposta de edição e estudo da tradição de Gregório de Matos e Guerra", de Marello Moreira - Edusp
Categoria: Turismo e Hotelaria
1º Lugar:
 "História do Turismo no Brasil entre os séculos XVI e XX", de Paulo de Assunção - Editora Manole
2º Lugar: "Destinos de sonho – 101 viagens inesquecíveis", de Elaine Ianicelli, Gabriela Aguerre, Rosana Zakabi, Adriana Setti, Cristina Capuano e Maila Blöss - Editora Abril
3º Lugar: "Lisboa em Pessoa – guia turístico e literário da capital portuguesa", de João Correia Filho - Editora Leya
Categoria: Projeto Gráfico
1º Lugar:
 "Linha do tempo do design gráfico no Brasil", de Chico Homem de Melo e Elaine Ramos Coimbra - Cosac & Naify
2º Lugar: "40 microcontos experimentais", de Airton Cattani - Editora Marca Visual
3º Lugar: "Aventuras de Alice no subterrâneo", de Adriana Peliano - Editora Scipione
Categoria: Tradução
1º Lugar: 
"Odisseia" - Tradutor: Trajano Vieira - Editora 34
2º Lugar: "Guerra e Paz" - Tradutor: Rubens Figueiredo - Cosac & Naify
3º Lugar: "Madame Bovary" - Tradutor: Mario Laranjeira - Companhia das Letras

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Organização das Nações Unidas (ONU)

Chegar de um intercâmbio e embarcar direto em uma cidade e um trabalho novos é uma experiência muito diferente. Bom, também foi o meu primeiro intercâmbio, então não sei como seria se tivesse voltado para Maringá e trabalhar no jornal como estava acostumada. Mas como uma pessoa que está entrando na quarta semana de treinamento, cheia de ansiedade em relação ao futuro e com uma casa para arrumar posso dizer que a cada dia que passo aqui em Curitiba parece que as minhas lembranças de Nova Iorque ficam cada vez mais nebulosas. Tem hora que vejo o Chrysler Building ou mesmo o Empire State na televisão e penso: "Não é possível que estava lá estes dias atrás e os via todo o dia!" E aí me lembro que tenho que escrever sobre outras coisas que vivi naqueles dois meses antes que só me restem as fotografias e as memórias daqueles dias se esvaneçam.
Um dos lugares que deixei para visitar lá no meu segundo mês, apesar de ver com frequência, foi a Organização das Nações Unidas (ONU). O engraçado é que simplesmente me dava um branco toda vez que ia me referir à ONU porque só vinha na minha cabeça o nome e a sigla em português, mas como todos os que conheci estudavam comigo e a escola era duas quadras da sede estávamos sempre falando na organização. Era fácil explicar e alguém entender do que eu falava. Até porque no nosso prédio havia umas missões de alguns países pequenos - os maiores tinham prédios inteiros na região para abrigar as missões diplomáticas - e chegamos até a presenciar um micro protesto (só descobrimos que era um protesto pois a professora nos avisou).

Galeria de quadros daqueles que ocuparam o posto de Secretário-Geral
E estudando próximo a sede da ONU tive a oportunidade de quase ser atropelada por veículos diplomáticos ao cruzar a terceira avenida e conhecer pessoas que trabalhavam ou trabalharam ali diretamente ou indiretamente. O nosso professor de atividades externas (um aluno sul-coreano que depois de nove meses na escola foi contratado para um estágio) é voluntário na loja da Unicef e perguntou se não queria me candidatar. Claro que deu muita vontade, mas estava para ir embora e também não sei se o meu inglês seria o suficiente. Outros professores também sonhavam em trabalhar para a ONU. A minha estava fazendo aulas de francês (uma das seis línguas oficiais) para realizar este sonho.
Entrada no prédio da Assembleia Geral
"A Sala"
Como uma jornalista que acreditava que ia mudar o mundo tenho que admitir que trabalhar na ONU é um sonho compartilhado por mim também. E depois que visitei o território internacional o coração realmente bateu muito forte naquela vontade louca de fazer parte daquele mundo não importando como simplesmente por idealismo (e desconsiderando as inúmeras vezes em que o organismo se calou diante de decisões de países como os próprios EUA). 
O aparelho de tradução simultânea, é só tirar da base e encaixar na orelha para
ouvir a tradução em uma das seis línguas. O país que quiser, pode levar tradutor
de outra língua, claro, pagando por conta própria
Os países estão organizados por ordem alfabética nas mesas, e a cada ano há
um rodízio entre eles. São três lugares na mesa e outros três para conselheiros
nas cadeiras atrás dos representantes oficiais


Apesar das reformas no complexo de prédios - que na sua concepção contou com a colaboração do brasileiríssimo Oscar Niemeyer - que impediam o acesso aos jardins, por exemplo, como não estava tão próximo da 67 Assembleia Geral que começa amanhã (25 de setembro de 2012) consegui visitar o auditório em que ela acontece e até o provisório do Conselho de Segurança (de acordo com a guia, este fica fechado maior parte do ano para o público) com a famosa mesa em forma de ferradura.
Para entrar, como era de se esperar, há restrições. Não podemos levar água (?) ou comida, guardamos as bolsas num guarda-volumes, passamos por detector de metais e, por favor, não percam o seu tour. Eu comprei um tour, o número 11, em inglês, e o atendente me falou que ele começaria em 10 minutos. Fui passear no saguão quando, uns cinco minutos depois, escutei chamarem pelo tour 12. Falei com o coordenador e ele quase me matou porque eu "não escutei" ele chamar. Ele me deixou ir no 13, mas teve que ir uma mulher com cara de má vontade me autorizar e conseguir um fone a mais para escutar a guia. Pelo menos a guia foi excelente!
Não podia passar sem!!!
Numa exposição sobre os trabalhos da ONU, neste caso contra
as bombas nucleares, uma estátua religiosa encontrada após os ataques ao Japão
com a frente completamente intacta e as costas neste estado


Detalhes da obra...
Um clássico das tropas
Os corredores tem outras exposições como as de material escolar da Unicef 

Sala provisória do Conselho de Segurança

Estátua do artista sueco Carl Fredrik Reuterswärd e bandeiras dos países membro
que circundam o UN Headquarters. 
Da parte externa tenho fotos do segundo fim de semana em Nova Iorque quando passeei ali em frente na primeira avenida e depois de barco pelo East River.
Seguindo pela 43rd Street em direção à First Avenue você encontra o lindo conjunto
de prédios em estilo antigo - a Tudor City - e ao centro o prédio de escritórios da ONU 



O prédio à esquerda é o da Assembleia Geral
Vista do East River
Com o Chrysler do lado esquerdo...

*Um arrependimento? Não ter ido com tempo suficiente (e não ter endereços na mão) para enviar postais de lá. Como se trata de um território internacional, a sede da ONU tem correio próprio. Para uma nova viciada em postais, só para o namorado foram 16 em 60 dias, ia fazer a festa e quebrar o cofrinho!

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Em Curitiba conhecendo Paulo Leminski

Domingo de manhã na Praça Santos Andrade
- Vai ter um encontro interessante esta semana com as filhas do Paulo Leminski bem no dia em que ele completaria 68 anos...
- Você vai?
- Não sei, na verdade não conheço a obra dele, acho meio chato ir sem conhecer nada...
- E qual o problema? Às vezes conhecemos as coisas ao contrário mesmo...

E depois desta conversa com a minha irmã fui em meu primeiro programa cultural após a minha mudança para Curitiba. Desta vez sem (muitos) atropelos, de mala e cuia, desembarquei na capital. Alugamos um apartamento aqui no Centro e durante uma visita ao shopping para ir a Etna ver coisas para a casa dei um pulinho na Fnac e peguei a programação da livraria. Na sexta-feira, 24 de agosto, quando o poeta paranense completaria 68 anos, eles promoveram este bate-papo com Áurea, jornalista, e Estrela, cantora e poetisa, filhas de Paulo Leminski. O namorado também curtiu a ideia e aproveitou para ir a um happy hour...
Não posso falar que eu aproveitei tanto a conversa quanto aqueles conhecedores e estudiosos da obra de Paulo Leminski que podiam estar no público (umas 30 pessoas, achei excelente para uma sexta-feira à noite), mas serviu para ficar com aquela coceirinha de vontade de ler o máximo que puder e aproveitar as novidades que a família está programando para o próximo ano. Além da publicação prevista da obra completa em poesia pela Companhia das Letras até o fim do ano, um website pauloleminski.com.br trará parte da obra literária dele além de entrevistas, fotografias e outros, uma grande exposição no Museu Oscar Niemeyer, regravação de suas músicas,...
Como não havia lido nada de Leminski, fui mais interessada em curiosidades. Sou daquelas que se recusam a acreditar que certas pessoas, principalmente destas com o nome em livros e com estudos sobre a sua obra, tiveram uma vida "normal". Pelo pouco que as filhas falaram "do Paulo" - como elas se referiam ao pai - deu para ver que  ele sempre teve algo de gênio mas esteve aqui, circulou pelas ruas da capital e deixou não apenas admiradores de seu trabalho como amigos. Será que sou eu ou outras pessoas também tem esta tendência a considerar mitos ainda mais mitos?
Segundo as filhas de Leminski, ele estudou no Mosteiro de São Bento em São Paulo, trabalhou como redator publicitário em Curitiba para sustentar a família - a segunda esposa é a também poetisa Alice Ruiz -, pedia para as crianças não atrapalharem porque estava"no meio de uma ideia", passou dias respondendo ao questionamento de Áurea a respeito da Revolução Russa o que o levou a outra ideia, ensinava Estrela a atirar facas na parede de madeira da casa em que moravam.
O que me deixou mais intrigada foram os Perhappiness. Eventos culturais que marcaram uma geração de curitibanos. Como todos os paranaenses sabem, nós do interior (e acho que no Norte onde nasci e cresci isto é mais acentuado) não temos uma ligação com a capital. A primeira vez que vim para Curitiba para passear foi em 1994. E com os seis anos que tinha na época já havia visitado muito mais de São Paulo capital. Para mim ouvir falar dos Perhappiness (palavra que vem do neologismo criado por Leminski que é a união das palavras perhaps e happiness formando uma "talvez felicidade") foi novidade total e fiquei empolgada com as filhas do poeta falarem que querem retomar estes eventos dedicados à cultura. Eles devem começar durante a exposição no MON que deve seguir os moldes da Ocupação Itaú promovida em 2009 em SP também homenageando Leminski.
Mais uma novidade que me empolga mas nem a família do poeta sabia confirmar - apesar de haver noticias como estas aqui e aqui e constar até na Wikipédia - é a criação do Museu da Poesia que seria batizado com o nome do escritor, assim como a pedreira desde 1989. Bom, o prédio dos Correios que dá de frente para o prédio da Universidade Federal do Paraná (UFPR) na Praça Santos Andrade  está em reforma. Vou torcer para que este sonho da família Leminski e de muitos curitibanos e paranaenses se realize. A quatro ou cinco quadras de casa, ia adorar mais ainda!

* Para os curiosos como eu, além dos videos abaixo aqui tem um blog em que são publicadas poesias de Paulo Leminski.
** Para os apaixonados por literatura em geral, dia 10 de setembro começa a Semana Literaria 2012 do Sesc. Este ano o homenageado no Paraná é o escritor Dalton Trevisan. A programação de Curitiba esta nesta página e no menu superior dá para mudar a cidade para descobrir o que tem na sua cidade.


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A ultima a saber (ou Quando pedir informação se torna essencial)

Um dia na aula de francês a minha professora estava explicando o motivo de os franceses parecerem antipáticos perante alguns turistas. Por exemplo, ela lembrou que turista é cheio de pedir informação e isto é algo que eles realmente não gostam, "afinal, esta tudo escrito, se você observar no mapa a estação e o sentido não tem como errar!"
A minha professora nova-iorquina também tinha a mesma opinião. Se a gente pegasse o mapa do metro, chegava bem próximo de onde queríamos. Era so olhar a estação mais próxima - o Google Maps funciona para isto também -, pegar a linha no sentido certo, observar se é um expresso ou local. No começo parece muita informação, mas em dois dias você pega o jeito.
Qualquer coisa, faz como eu fazia. Vez ou outra entrava no metro certo mas perdia a estação. Ficava observando atenta até a anterior a minha, mas não sei o que acontecia nos minutos seguintes e so "acordava" umas três estações para frente. Como sempre tinha um tempo a mais para o caso de o metro andar devagar ou de eu fazer estas trapalhadas, voltava, fazer o que.
Realmente, pedia informação para usar o transporte publico em Nova Iorque apenas para confirmar o que estava escrito: "este ônibus passa mesmo naquela rua?" No metro nunca perguntei. E vamos combinar que não é coisa de homem, ninguém gosta de ficar perguntando.
Hoje, aqui em Curitiba, tentei fazer a mesma coisa. Pesquisei o tubo mais próximo de onde precisava ir e peguei um biarticulado na Sete. Olhei o sentido - Santa Cândida - e ali estava Holanda a umas 12 paradas. Depois do terminal Cabral, percebi um tubo desativado e gelei: "So falta ser o meu". Continuei e duas paradas adiante resolvi perguntar para a senhora do meu lado se o ônibus havia passado o Holanda. Sim, era aquele desativado ali atras.
Desci correndo e fiquei xingando quem resolveu desativar um tubo e manter o nome da estação nas outras, como se ele ainda estivesse funcionando. Sei que não sou daqui - ainda -, e que a empresa pode ter feito alguma publicidade antes de isto acontecer, mas então porque não apaga tudo para não causar este tipo de problema para os usuários? Afinal, a passagem custa R$ 2,60  e o ônibus so não estava mais lotado do que o metro de Nova Iorque depois dos fogos do Dia da Independência dos EUA. E este é o sistema de transporte modelo do Brasil. Tenso...

* Pelo menos a minha experiência de hoje não foi um desastre. Na volta, também com o biarticulado lotado (isto foi as 15 horas, não adianta dizer que na ida o "problema" era pontual da hora do almoço), estava em pé entre o primeiro vagão e a mola de ligação com o segundo, com as duas pontas dos pés na parte fixa e os calcanhares na borracha daquele circulo do engate. Conforme o ônibus virava e carregava a outra metade como uma minhoca se mexendo o meu calcanhar ia junto como se estivesse dançando. Que coisa divertida! Recomendo para aqueles que assim como eu acabaram de sair do consultório de um psiquiatra para um exame admissional!