Ontem a noite, comecei a ceder.
Saudades de casa e de estar rodeada por pessoas que me fazem sentir
bem e que falam
português. Estava pensando...ok...depois de
cinco dias ja posso
dizer que estou sentindo
falta do
Brasil.
E estranho o quanto aqui fora voce
se sente
mais brasileiro do que nunca. Ontem, por exemplo, sai com um grupo da
escola. Todos europeus – italianos, russa, polonesa, alemao, suecas, frances.
Todos falam
mais de uma lingua, todos ja estiveram em outros paises e
tiram de letra o que para mim e quase uma inteira novidade: estar no exterior e
mais especificamente ter que lidar com uma
lingua estrangeira. Senti falta de estar com alguém com experiências de vida mais próximas das minhas.
Sem contar que as sensacoes de mudança afetam
fisicamente. No primeiro dia, nariz seco, com sangramento que
eu atribui a variacao climatica. Nos segundo, terceiro, quarto, quinto (e
tenho certeza que continuara por um longo tempo) as dores nos pes de tanto
andar pra la e pra ca para conseguir chegar onde quero e nas costas por
carregar uma mochila pesada com uma camera fotografica e um
livro de 700 paginas. Ontem, a dor de cabeca que atribui ao fato
de ter pego chuva no dia anterior. Tinha comprado uma sombrinha no Met, mas
a noite fiquei trancada para fora do meu quarto (voce nao leu errado) e fiquei
tao desesperada para ligar pra alguem me ajudar que esqueci
ela em casa. Hoje, dor nas pernas. Afinal, aqui as ruas sao plainas, mas o metro fica sempre no mínimo a um lance de escada para cima ou para baixo. Na escola e no apartamento também preciso subir ate o segundo andar, que equivale ao primeiro no Brasil. Nao parece muito, mas somando tudo para uma pessoa que so andava de carro...Nos primeiros dias, ainda corria para vencer a escava, mas a empolgacao já foi.
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Indo para o ICP |
Mas, junto com o desespero, vem a recompensa em doses maiores. Hoje foi um dia maravilhoso em Manhattan. Acordei mais tarde, me arrumei e parti. Fui para o International Center of Photography (ICP). Ele e bem pertinho da Times Square. Peguei o programa de verao da escola de fotografia e fui ver as exposições (como estudante, paguei $ 8). Como encontrar algo pelo qual voce e apaixonada muda tudo...Vi três: A Short History of Photography, Les Amies de Place Blanche e Weegee - Murder is my Business. A primeira e de parte do acervo do ICP (atualmente sao mais de 100.000 fotos) com vários fotógrafos, entre eles Cartier-Bresson e Vik Muniz, e imagens de diversos lugares do mundo. De Buenos Aires a Vietna, passando por Nova Iorque.
A segunda era um documentario feito pelo fotografo sueco Crister Stromholm com transsexuais em Paris da década de 1960. Bem diferente da ultima, do fotografo policial de Nova Iorque que nas décadas de 1930 e 1940 cobriu inúmeros assassinatos, acidentes e também da vida cotidiana da cidade e de Coney Island. A exposição de Weegee tinha tambem uma reprodução do quarto em que ele viveu por vários anos nas proximidades do Departamento de Policia e de uma exposição que ele fez na época.
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Nao e permitido fotografar la dentro |
Sai de la pronta para encarar quatro horas de aula e no caminho ainda assisti um pouco de uma apresentação no Bryant Park - que fica atras da New York Public Library. Como estava com o horário apertado, nao pude ficar mais, mas imagino que faca parte das comemorações da independência (4 de julho), porque tinha pessoal vestido a carater.
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Bryant Park lotado na hora do almoço |
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Uns a carater, outros quase sem roupa... |
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As cantoras, so faltou uma oriental |
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Village |
Depois da escola, conheci outro lugar interessante: Greenwich Village. Ontem, indo para Little Italy, passamos por la e pelo Soho, mas como estavamos numa turma grande e morrendo de fome, nao paramos. Hoje, fui sozinha. Fiquei sabendo de uma otima livraria perto do (a) Washington Square Park. A regiao e cheia de predios da New York University (NYU - a maior universidade publica da cidade) e tem aquele clima universitario gostoso. No meio do parque, muitas pessoas esperavam o tempo passar, outras cantavam, tocavam,.. Tinha ate um grupo protestando contra o Obama (nao entendi o motivo, eles ja estavam saindo).
Perguntei sobre a livraria para uma moradora com uma crianca. A menina, tambem apaixonada por livros, tentou indicar o seu lugar preferido, mas a mae dando risada explicou que e infantil. Super gentil, ela ainda anotou o endereco na minha caderneta e falou de outra livraria, a Shakespeare & Co. Sai de la com a sacola cheia (lembrando que para uma pessoa que esta desde manha com uma mochila nas costas dois pares de livro ja enchem uma sacola) e sem animo para procurar aquela que me levou ate o bairro... Fica para a próxima!
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Arco de marmore de 1895 |
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Estatua de Garibaldi |
Que lindo Poli! Parabéns!
ResponderExcluirE quanto a saudade: ela não passar (hehehe), mas depois que passar o primeiro mês, vai perceber que tudo melhora muito!
Boa sorte nas aventuras!
Beijos!
Lindas as fotos, Pole!
ResponderExcluirMuito boa sorte aí!
Querida, a livraria se chama Strand. Já fui e vale muito a pena!!! Demais a sua viagem! Aproveite muito que passa rápido. As fotos estão lindas! Bjs
ResponderExcluirAdorei as fotos! Com a saudade sei que você se acostuma e fico contente de ver o quanto você está aproveitando! Que linda é a luz de NY no verão...bjks e cuide-se bem! Beba MUITA água que o desconforto da "secura" do ar melhora! Bjks
ResponderExcluirEstou adorando seus posts e fotos Poli, aproveite a viagem!
ResponderExcluirBeijos,
Tuca.