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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Dez horas no centro de São Paulo

Antes voltar à preparação da viagem (só faltam oito dias!), quero registrar outros passeios que fiz em São Paulo no fim de semana. Mesmo sabendo que é impossível conhecer qualquer cidade em tão pouco tempo, valeu para reconhecer o terreno.
Assim que marquei a data no consulado de SP, comecei a anotar lugares que gostaria de conhecer (pelo menos ver) em São Paulo. Por três dias perdi a exposição dos painéis Guerra e Paz de Portinari (cada um com 10X14 metros), mas minha lista era tão grande que nem lamentei (muito).
Queria ir novamente ao Museu Paulista ou do Ipiranga. Como ele fica distante das outras "atrações", separamos o sábado para ir lá. Chegamos na estação do Ipiranga e encaramos a caminhada de uns dois quilômetros até o local. O problema é que o museu é num lugar alto e já cheguei lá cansada. Aconselho aos sedentários como eu ver se não compensa descer na estação de metrô Alto do Ipiranga, é mais longe, mas talvez esteja na mesma altitude. Ou pegar um táxi de vez.
Os jardins são lindos. Lá dentro (a inteira é R$ 6), fiquei brava por mais uma vez não poder fotografar. Se for para preservar algo é só pedir para não usar flash. E fiquei espantada ao descobrir que aquele prédio enorme foi construído apenas como um monumento à independência, que ficou pronto após a Proclamação da República e logo virou um museu. Nunca tinham me contado isto! Ou eu não procurei saber.
O lugar é um ponto de caminhada e de passeio em família. No caso da foto,
o menino tava escorregando na rampa ao lado das escadarias...
(Fotos: Poliana Lisboa)
Fui em todas as salas e, claro, um tempo maior na sala do quadro Independência ou Morte de Pedro Américo, vendo os estudos que ele fez antes de pintar a imagem que aparece em todos os livros de história (pelo menos aparecia na minha época).
Depois fomos ao Parque da Independência é só descer, onde tem a Casa do Grito (que aparece no quadro de Américo), e fizemos uma tentativa frustrada de visitar o mausoléu. No domingo ia ter um festival da Cultura Inglesa e o lugar estava todo fechado com tapumes. Ninguém entrava.
Uma pena.

No domingo fomos em grupo para fazer o roteiro: Mosteiro de São Bento, Teatro Municipal, Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Catedral da Sé e finalizar no Mercado Municipal. Como queríamos passar por muitos lugares, fomos aproveitando durante uma longa caminhada de umas quatro horas.
Igreja do mosteiro de São Bento

Descemos na estação São Bento e logo já avistamos a igreja. Estava tendo missa e como fechava logo em seguida, demos uma "espiada" e fomos no viaduto Santa Ifigênia (sempre achei que fosse com "e", mas dei um google aqui e as fontes mais confiáveis colocam assim), de onde dá para ver o prédio mais alto de São Paulo (e do Brasil) com 170 metros, o Mirante do Vale. Como ele fica no Vale do Anhangabaú, não dá a impressão de ser tão alto.


Foi lá que vimos a primeira escultura "Event Horizon" (já coloquei uma foto aqui) que foram instaladas recentemente em São Paulo depois de passarem por Nova Iorque Londres. Ao todo são 31 homens nus feitos por Antony Gormley espalhados nesta região da cidade: 27 nos altos dos prédios - desde o Edifício Martinelli até o prédio do Tribunal Regional Eleitoral - e quatro no chão, destas encontramos uma no viaduto do Chá e outra indo na Rua São Bento.

Depois que você vê o primeiro homem você começa a procurar os outros e conforme íamos para o Teatro Municipal ficávamos com a cabeça para cima.



Por causa de uma indicação errada, passamos direto pelo CCBB. E, indo ao teatro o namorado da minha amiga, que mora em SP, fez o papel de guia mostrando o Edifício Martinelli (que tinha chamado a minha atenção lá do Largo de São Bento), a Bovespa, o Edifício Altino Arantes (que era do Banespa e agora é do Santander) com arquitetura inspirada no Empire States de Nova Iorque, o prédio dos Correios... 

Da esq para a dir: Banco do Brasil, Bovespa,
Santander e Martinelli
No Edifício Martinelli outra escultura quase
querendo pular
Foi uma pena não conhecer o Teatro Municipal por dentro. Tinha entrado no site e procurado informações de visita guiada, mas só encontrei sobre o museu e, ao chegar lá, estava tudo fechado. A moça do museu lembrou que só dá para marcar visitas pelo site. Vontade de me matar naquele momento...Agora, encontrei o lugar de agendar. Caso alguém precise, o link é este aqui. 
A saída foi espiar e ficar imaginando como é estar na sala
principal...


Atravessamos o viaduto do Chá e viramos na São Bento até o Largo São Francisco com mais de uma dúzia de moradores de rua, alguns cantando no meio da rua, outros apenas dormindo, assim como no Largo de São Bento, não é um lugar onde dá para se sentir seguro...Ao lado da Faculdade de Direito da USP (localizada num prédio do século XVI) tem a igreja de São Francisco reformada há pouco tempo e muito linda também, mas também estava tendo missa.
De lá fomos para a Catedral da SéEm 2013 completam-se 100 anos do início da construção desta nova catedral. A arquitetura é inspirada em Notre Dame (não conheço, mas as fotografias estão aí para isto) e, segundo o atendente da loja de lembrancinhas, não encontraram nenhuma empresa disposta a fabricar miniaturas dela para os turistas.
Na Praça da Sé tem o marco zero de São Paulo e estávamos vendo a direção de outras regiões do país na pedra quando um cara começou a pedir esmola quase tirando a minha bolsa. Hora de partir, mas antes  fomos até um dos 100 orelhões decorados da cidade. 
Todo mundo já estava azul de fome quando encontramos o Páteo do Colégio, onde nasceu a cidade num 15 de janeiro há mais de 400 anos. Em um anexo dentro da igreja tem uma roupa usada pelo Padre Anchieta, mas também não é permitido fotografar. 


Depois de tantas paradas, a última foi no Mercado Municipal. Uma longa caminhada e enorme fila para conseguir um lugar para sentar. Para aqueles que encararam a correria, a compensação foi um sanduíche de mortadela (eu acabei com mais da metade de um) ou um pastel de bacalhau/camarão (para quem curte pescados) naquele lugar com vitrais enormes



Vai encarar?!

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