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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Masp, Modigliani, Pedro Nava e UEL

Como já disse anteriormente, passei a última semana em São Paulo e o primeiro lugar da minha lista de "locais que eu quero conhecer" estava bem ocupado pelo Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, o Masp. Quando criança, fomos a família toda passar um dia (manhã ou tarde, não me lembro) neste museu na Avenida Paulista. Daquela época me lembro de pouquíssima coisa além do quadro Rosa e Azul de Renoir.
Rosa e Azul, Renoir (fonte: Google)
O prédio em si é uma obra de arte. Sair da estação Trianon - Masp e dar de cara com aquelas colunas vermelhas, que bom!  A visita me fez lembrar algumas passagens do livro Chatô, o Rei do Brasil de Fernando Morais (adoro as biografias deste escritor). De como o dono dos Diários Associados e homem que trouxe a televisão para o Brasil, com seus métodos pouco escrupulosos, angariou recursos para montar parte do acervo de quadros de Van Gogh, Monet, entre outros, merece atenção e pode ser utilizada como exemplo de quem defende que os fins justificam os meios.

São três andares, um deles subsolo, onde estava acontecendo a exposição Modigliani - Imagens de uma Vida. A primeira vez que ouvi falar no pintor (e escultor por um tempo, como descobri no Masp) foi por meio de uma entrevistada. Estava no terceiro ano de faculdade na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e comecei a estagiar no Portal do Servidor Aposentado da UEL. Na época, o projeto não estava no ar e só havia a ideia de contar histórias dos professores e demais funcionários que passaram pelo campus.
A professora Edina Panichi foi uma das primeiras que entrevistei e nem tinha como ficar chateada por não saber do que uma doutora falava. Toda a sua vida acadêmica girou em torno do autor Pedro Nava. Com ele participou de alguns "sabadoyles" (reunião de escritores na casa de Plínio Doyle no Rio de Janeiro) e, em 2004, o livro de seus estudos foi indicado para o Prêmio Jabuti. Num momento, para exemplificar as descrições que ele fazia de suas personagens, ela citou um tal de "pescoço Modigliani". Como devo ter feito uma cara de dúvida, ela esclareceu que era um pintor que costumava retratar pessoas de pescoço alongado, assim como o rosto.

Quadro de divulgação da exposição (fonte: Masp)

A exposição traz obras de várias fases de Modigliani, bem como de outros artistas que o influenciaram. Alguns quadros e esboços não tem estas características "clássicas", mas quando os rostos começam a ficar mais esticados, assim como o pescoço, passei a prestar mais atenção. Outro detalhe bem observado pela minha amiga que me acompanhou no Masp eram os olhos. A maioria apenas um contorno com uma cor apenas dentro deles. Estranho e intrigante.
Das histórias que li, me recordo de uma sobre a sua mulher. Após Modigliani morrer em 1920, com 35 anos, com tuberculose, Jeanne Hébuterne se matou mesmo estando grávida de oito meses. A outra filha do casal foi criada por parentes.
Jeanne Hébuterne (fonte: Google)

A exposição continua até 15 de julho e depois vai para o MON, em Curitiba. Atualmente, no Masp também é possível ver as exposições permanentes "Romantismo: a arte do entusiasmo" e "Deuses e madonas: a arte do sagrado" e a Coleção Pirelli/Masp de fotografia. A entrada inteira no Masp custa R$ 15, sendo que nas terças é de graça e não é permitido fotografar.

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